sábado, 30 de abril de 2011

Poema Concreto

Diz, Por                 um Triz
Tenho tua boca tesa,        Carregada de tristeza,
O que contradiz o teu passado / Em uma simples distração
e por tradição, eu dei o primeiro passo. Teus braços me amassam./Os nossos laços
        se trancam com atração/ Enquanto teus lábios dizem não/ Teus olhos são  contra?
   Se tua saliva for à favor, Não tem volta... Nem a contramão importa,
  Se  condiz   com  o  que  senti.  Com  visão  consenti:
  Contraí meu coração, que por detrás do peito faz
Contradição.

sábado, 16 de abril de 2011

Viagem



(Arte: Jean F Souza )
 Voo em meio a astros e foguetes,
Não me atraso,
Vou de nave.
Se me perco, pego uma luneta
E te avisto de longe,
Bela Estrela.

Quando te vejo
A Lua é quem sabe,
Quando crescente
Parece que adivinha,
Desfila sorridente,
Tamanha felicidade minha.

Figuras policromáticas
Pintam o universo infinito,
Vi seus olhos
Num colorido cósmico bonito,
Que nem sei o nome,
Nem precisava saber.

Minha nave me abandona
"Caro ET, dê carona!"
Vou de disco voador!
Passei por tantas galáxias
Ainda tenho que achar a Via-láctea
Para encontrar a minha flor.

Se avisto uma cadente
Desejo estar ao seu lado,
Pego de Saturno um anel emprestado
Pra te presentear.
Atravesso o Universo,
Só pra te conquistar.


E se caso interessar,
Numa viagem interestelar,
Levarei você comigo:
Com chuva de cometas,
Explosões de estrelas
E poesia ao ouvido.

"Obrigado amigo,
Desço na segunda à esquerda,
No Ponto de Ônibus Espacial,
Pago só meia tarifa
Deste até o próximo planeta
O meu caso é especial."

Pouso no mundo mais lindo,
Não corro perigo.
Depois dessa viagem pelo cosmo,
Vou de moto,
Qualquer coisa
Eu arrisco!

Procuro tua cidade,
Procuro minha verdade,
Vou rabiscar meu prontuário
Constelações vão me guiar,
Hoje Mercúrio está em Aquário,
Tempo certo pra te amar.

Um encontro,
Um beijo, um verso,
Que deixam de lado
Qualquer fenômeno intergaláctico,
Imaginável ou supositado,
Nesse vasto Universo.

Estou feliz, estou todo prosa
Com sóis brilhando no meu peito,
Minha viagem chega ao fim.
Meu sentimento agora é Supernova
Que se explode em Buraco Negro
E te suga pra dentro de mim.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nós Robôs



(Arte: Jean F Souza )
Cada robô com a sua codificação
Suas peças parecidas
Suas memórias já vividas
Com seu conjunto alienação.
Iguais em suas diferenças
E quantas diferenças,
Quanta confusão!

Cada um com seu querer
Seus olhares,
Suas bocas, suas faces,
Inigualáveis a qualquer outro ser.
Cada um com seu gosto,
Com seu piercing no rosto
Ou tatuagem na alma.

Cada um com seu chá que acalma,
Com sua comida preferida,
Com sua música mais bonita,
Na sua opinião.
Com seu jeito de fazer tudo perfeito
Qualidade ou defeito,
Ou só intuição?

Cada um com sua indumentária
Seus penteados de cabelo
Sua arcada dentária
Sua íris, seus pelos,
Sem igual...
Cada um com a sua digital,
Sua linha de vida.

Cada um com suas teorias,
Cada louco com a sua mania,
Com seu grupo de amigos,
Que por sua vez têm outros amigos
Que não são nem seus conhecidos.
Dignos ou indignos,
Confiáveis ou inimigos?

Cada um com seus valores,
Com seus desejos,
Seus credores.
O seu jeito de falar,
O seu timbre de voz,
A escolha entre amar
Ou ficar a sós.

Mas por que o mundo
Insiste em ser tão igual?
E até os sentimentos
Têm que ser padronizados.
Não se muda de canal,
Não se cria pensamentos,
Não temos esse cuidado.

Entiquetados estamos todos,
Nós robôs,
Frutos de diversos lotes,
Tentando ser autênticos,
Sendo idênticos.
Quem dita as regras são os outros.
Afinal quem nos roubou?

O direito de escolher,
O anseio de aprender.
Cada um tem seu passo,
Seu auto-retrato,
A maneira de ver o mundo
E o mundo o ver,
Deixem-nos viver!

Hoje um terremoto aciona
Uma antiga virtude,
De fazer o que penso
E não o que me dizem,
Ser quem eu sou,
Dessa vez meu controle remoto não funciona
Mas minha pilha ainda não acabou...

domingo, 3 de abril de 2011

É Tempo de Saudade






 O Tempo continua a correr como o vento
O ano passou e me fez novos planos
Insano! Nem perguntou o que eu queria
Deveria eu ter explicado?
Pensei que ele saberia. Que escolheria o certo
Saudade não é um verbo que eu conjugaria 
Mas o tempo disse que saudade não é verbo
E ele é quem sabe sobre a vida.

Do portão de casa posso ver a rua,
Posso ver o poço, os carros posso ver.
Lembro de você, dá um vazio
Têm peças faltando em mim
Faz frio, não chove,
O tempo não está a fim.
Do portão da minha casa o mundo posso ver
Os pássaros cantarem, as folhas caírem, o Sol poer...

Troco de fuso só pra confundir
Dá um tempo, Tempo, preciso refletir
Quantas horas faltam para o dia acabar?
Quanto ar de solidão ainda tenho que aspirar?
Até ver de novo os seus lábios
Perder-me no seu espaço
A anos-luz daqui!

A quem quero enganar?
Tempos bons que não vão voltar.
Sinto falta dos seus apertados abraços 
E daquela cara de medo
Quando pensávamos que isso tudo pudesse acabar,
É... acabou... não foi o fim do mundo.
- " Na segunda eu me mudo
Não posso mais ficar..."

Não morri, como poderia se ainda respiro você?
O tempo passou, chegou o fim do ano
Fiz novas amizades, novos planos,
Meu coração que continua vazio
A pressa pede calma
Pois é tempo de saudade.
Não vou ficar sozinho,
Tão pouco é hora de carinho.


O Tempo é que me leva,
Ele que dita as regras.
A minha voz não tem vez
Mais um recomeço, tudo outra vez.
"Mas nem tudo é de novo aquilo que já foi",
Só me resta esperar como a história se formará,
Até que tudo esteja dito e feito.
O Tempo é que cria, eu só deixo do meu jeito.
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