domingo, 28 de agosto de 2016

Diga lá!


O silêncio nunca coube em mim

E nas vezes que se instala 
É apreensivo, inquietante, 
Como um assunto que acaba. 
A distância não pode ser fim!
E quando a boca não fala
Os olhos suplicam 
A mente devaneia
Num mar de teorias
Justificativas.
Na melodia que capto
O silêncio que teima 
Sua ausência me queima
Física básica desaba 
Quando a gravidade dos fatos 
Não me atraem para sua vida. 
Ao som familiar 
Dos breves risos 
Ainda sob o vacilar 
Dos teus passos atrapalhados,
Sou todo ouvidos, Diga lá você! 
Se pá,  a gente ainda marca de se ver. 
Seu tom de voz singular
Tem aquele poder de me agradar
Mesmo na crítica sagaz 
Aos defeitos que me permeiam. 
E como Vinícius me pergunto: 
Onde andaria? 
Manda um áudio no WhatsApp!
Conte-me mais!
Como foi seu dia? 
De que adianta ruidosa poesia?
Se é a extinção do som que almeja 
Amiga, 
Que seja... 

domingo, 7 de agosto de 2016

Hipocondríaco

Você não precisa de uma desculpa
Um motivo,
Para que eu esteja ao teu lado
Como um cativo,
Ou esporádica companhia:
A cura das tuas vertigens
(Passadas ou futuras),
Ou incitando novos pesadelos.

Me manteria ao teu lado pelo perfume,
Pelos sentidos,  pela aventura...
Como amante, ou como amigo,
Ou apenas mais um
Dos teus tantos antidepressivos.

Se eu sou seu medicamento,
Mesmo sob desvantagem,
Pode continuar me tomando
em doses homeopáticas,
Uma vez que eu não saberia
ser menos intenso,
Ainda que não haja a contento
Efetividade comprovada
Na sua mínima dosagem.

O uso continuo pode provocar dependência.
Além gravíssimos efeitos colaterais:
Como a saudade, risos bobos
E breves instantes de demência.
A superdosagem pode provocar
Agitação, suores excessivos, insônia, espasmos e delírios.

Querido hipocondríaco,
Esperamos que leia com atenção
Mesmo considerando todos os riscos,
O uso só deverá ser interrompido
Em caso de uso indevido do seu coração.


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