E novas não se atrevem dizer,
Repetem o que já conhecem
E se fazem saber,
O que já foi dito,
Já foi escrito,
E até desenhado.
Amor é tudo aquilo que eu falo
E te farei perceber,
Palavras sinceras
Frases que roubei de você,
Amor, já tá selado,
Já foi enviado,
Só falta receber.
Mas até me arrependo
Da má pontuação e da falta de acento,
Talvez fique explícito
O ímpeto da minha intensão
Em te corresponder,
Ou talvez pague de ignorante,
Que pouco sabe escrever.
Mas há de estar bonito:
Eu falo de rios, de lua cheia,
Eclipses lunares e cantos de sereia,
Enrolo um bocado
Até você entender.
Já nem me pergunto
O que ficou por dizer,
É que a minha carta de amor voltou
E já não poderás ler,
Mas também pudera, mulher,
O selo trocado,
O endereço invertido,
O envelope rasgado,
Só seu nome tá certo:
Amor de um Poeta Qualquer.