Que hão de abrasar-te
No planeta mais quente...
Dos cintilantes, negros
Fios de cabelo,
Passando pelo ônix
Dos teu olhos,
Escolhidos a dedo
Ao teu corpo
branco fosco:
Quem sabe sentir
O macio toque
Do meu rosto
E poderás achar de novo
Desse frio algo gostoso.
Que se cobre em máscaras
Escondida as farsas
Do seu sentimento jocoso
Faz me rir de tão morno
Como o último gole
De uma sopa
Tomada aos poucos.
Pois não é insosso,
Aqui em terras férteis
Menestréis se servem
De rimas às poesias,
Amor tem lavra farta,
Sem causar perjúrio,
Tão vermelho!
Feito morangos
Em mês de julho.
Às mágoas
Da paixão,
Nessa lenta rotação,
Tão obscuro!
No lado gelado
De Mercúrio.