Balbuciei
qualquer coisa
Ora o que
poderia dizer?
Aquele anjo
dançando na pista
Nem saberia
descrever.
Ela me
achara engraçado,
Mostrou-me
com um sorriso
E eu atento
ao seu gingado,
O seu corpo
um delírio!
Ela
manifestou interesse,
Bradei que fôssemos
lá fora conversar,
O som alto
clamava ritmos,
Mas me
impedia de sussurrar.
Até poemas
recitei
Ela animada
discorreu da vida
Um beijo
decretei,
Doce beijo
de menina.
O Sol
proclamava
Que o dia
começava a surgir,
Confesso
que não vi
Nem ouvi o
Sol bramir.
Vários
outros encontros aconteceram,
Meu coração
sempre tentando dizer algo
Que meus
olhos já divulgavam:
Eu?
Apaixonado?
Com ela eu
me sentia ao revés
A cabeça lá
nos pés,
Segredava
anúncios
E anunciava
segredos.
Gaguejei,
mas o que sentia tinha que expor,
Eu a pedi
em namoro
E declamei
o meu amor,
Ela tímida,
quem diria, aceitou!
Trazia todo
dia um abraço
De calor
inarrável.
Enunciar
suas qualidades
Não
caberiam em um simples relato.
Ainda
articula o brilho
Que Deus
deixou quando a fez
Intacto em
seu riso e face,
Igualmente
inenarráveis.
Seus olhos
acentuavam
Cada
palavra doce que sua boca discursava,
Enquanto
seus fios propalavam ao ar
Uma nova
cor de cabelo,
De vez em
quando saía um pensamento,
Em meio à
melodia que insistia a emanar
Do seu corpo
e do meu ao vê-la
Cogitava em
casamento.
Tão rápido
quanto me veio
Esvaiu-me
essa ideia,
Eu não era
o cara certo
Como
afirmava a mãe dela.
Mas a essa
altura do deserto
O Sol agora
só salienta,
Neguei que
o amor havia acabado
Mas revelei
que faltava algo.
Contei do
ciúme que tinha
Aquela
linda fada nem via
Tanto tempo
enamorado
Sentia-me
isolado.
Entre
murmúrios e mexericos da vida.
Desconsoladamente
ela aludia
A um tempo
que tristeza não existia,
Eu que o
diga!
O universo
ponderava por nós,
Como ele me
havia dito,
Pois aquela
chuva trouxe frio
E vontade
de me aconchegar naquele abraço.
Os
concelhos com aquela graciosa voz
Pareciam
até fazer sentido.
Quando no
outro dia a porta abriu
O velho Sol
explicava o embaraço.
“Eu a
amava!”
Pronunciava
a quem quisesse escutar
Mas quando
fui mais uma vez lhe exclamar
Ela não me
deixou exprimir,
Chorando
ela começou a referir:
Mencionou
minha incerteza,
Propagou o
desafeto ao meu jeito quieto
Que até a
vizinha já sabia.
Não previa
que ela se sentia tão sozinha
Quando o
sozinho era eu!
Mas nunca
comuniquei.
Com o
orgulho ferido falei,
O que não
devia falar
Ela citava
os defeitos que eu encontrava nela,
Como cena
de novela
Ela saiu,
sem nada mais a declarar.
Tentei juro
que tentei,
Eu poderia
ter parado ela.
Agora me
martirizo pelo silêncio que se estendeu,
Como uma
geleira que derreteu
Inundou meu
peito de mágoa,
Meu coração
quebrei,
Pelo
diálogo que não incitei
E o perdão
que não consegui proferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, Sua opinião é muito importante,
Obrigado por comentar!