quarta-feira, 8 de março de 2017

AZUL ROYAL


Que ser de sorte! 
Como escapar da morte! 
Como num show histórico, 
Ainda sóbrio, 
Assistir na grade! 

Iluminado! 
Assim dourado 
Embriagar-se 
Sair a esmo 
E ser encontrado.

Céu noturno 
Iluminado!
Tem lua fria
sobre azul royal 

Poetizar
Seu olhar jovial
Iluminado!
E por fim amar-te. 

Cruzando pontes 
Entre outras fontes 
sortido outrem
Logo você!

Tremenda pompa 
Botando banca
Uma puta honra, 
Te conhecer.

domingo, 28 de agosto de 2016

Diga lá!


O silêncio nunca coube em mim

E nas vezes que se instala 
É apreensivo, inquietante, 
Como um assunto que acaba. 
A distância não pode ser fim!
E quando a boca não fala
Os olhos suplicam 
A mente devaneia
Num mar de teorias
Justificativas.
Na melodia que capto
O silêncio que teima 
Sua ausência me queima
Física básica desaba 
Quando a gravidade dos fatos 
Não me atraem para sua vida. 
Ao som familiar 
Dos breves risos 
Ainda sob o vacilar 
Dos teus passos atrapalhados,
Sou todo ouvidos, Diga lá você! 
Se pá,  a gente ainda marca de se ver. 
Seu tom de voz singular
Tem aquele poder de me agradar
Mesmo na crítica sagaz 
Aos defeitos que me permeiam. 
E como Vinícius me pergunto: 
Onde andaria? 
Manda um áudio no WhatsApp!
Conte-me mais!
Como foi seu dia? 
De que adianta ruidosa poesia?
Se é a extinção do som que almeja 
Amiga, 
Que seja... 

domingo, 7 de agosto de 2016

Hipocondríaco

Você não precisa de uma desculpa
Um motivo,
Para que eu esteja ao teu lado
Como um cativo,
Ou esporádica companhia:
A cura das tuas vertigens
(Passadas ou futuras),
Ou incitando novos pesadelos.

Me manteria ao teu lado pelo perfume,
Pelos sentidos,  pela aventura...
Como amante, ou como amigo,
Ou apenas mais um
Dos teus tantos antidepressivos.

Se eu sou seu medicamento,
Mesmo sob desvantagem,
Pode continuar me tomando
em doses homeopáticas,
Uma vez que eu não saberia
ser menos intenso,
Ainda que não haja a contento
Efetividade comprovada
Na sua mínima dosagem.

O uso continuo pode provocar dependência.
Além gravíssimos efeitos colaterais:
Como a saudade, risos bobos
E breves instantes de demência.
A superdosagem pode provocar
Agitação, suores excessivos, insônia, espasmos e delírios.

Querido hipocondríaco,
Esperamos que leia com atenção
Mesmo considerando todos os riscos,
O uso só deverá ser interrompido
Em caso de uso indevido do seu coração.


domingo, 17 de julho de 2016

Pidão


Hoje eu posso me atrever a dizer
O que eu bem entender sem te indispor,
Hoje eu tenho carta branca pra recitar,
Cantar, parafrasear, quiçá compor...

Elogiar os teus reais olhos inquisidores
Até a maciez dos teus lábios sedutores,
A poesia fina e dodecassílaba da tua língua,
Jamais traduzida!

Hoje eu posso jurar-te amizade e zelo
Sem que de outra forma pareça soberbo
A um imberbe garoto de vinte e três. 
Não és tu que responderás aos meus porquês
Antes de mais uma vez desaparecer. 

Porém ao menos por hoje eu poderia contar
As vicissitudes que a alma
Provoca ao te ver:
Fica alegre como embebida em vinho
E como é gracioso o tempo dedicado aos amigos.

Desejo a sabedoria premeditada
E o carinho instintivo,
Desejo o melhor do dia
Como a sonora sinfonia de sinos seguidos,
Vais ver que eu não sou de pedir muito
Mesmo hoje eu me contento com aquele sincero sorriso.

=)

sábado, 13 de setembro de 2014

Iná

Inadequado transformar-te em verso,
Se já és poesia.

Inaceitável conter-te em palavras,
Fonemas, rimas.

Inapropriado seria se tu
Fosses como todo mundo:
Inanimado, entediado e obscuro.

Inacreditável sua forma de ver a vida,
Do seu puro amor profundo
Por tudo.

Inalterada inocência,
Quase infante,
Inabaláveis olhares brilhantes.
Inatingível sorriso estonteante,
Desajeitado andar elegante.

Inadmissível calada,
De universo próprio,
Inabitável a qualquer outra criatura
E não há de se preocupar, Doçura
Que nem todos enxerguem magia
Visto que não te conhecem, Fada.

Inatingível seu caminho
Amigos são como safras de Vinho
Alguns valem a ressaca,
Outros é melhor evitar
E na verdade, Iná,
Só os melhores a gente guarda.




sábado, 5 de julho de 2014

Mercúrio

A espera dos raios solares
Que hão de abrasar-te
No planeta mais quente...

Dos cintilantes, negros
Fios de cabelo,
Passando pelo ônix 
Dos teu olhos,
Escolhidos a dedo
Ao teu corpo
branco fosco:
Quem sabe sentir
O macio toque
Do meu rosto
E poderás achar de novo
Desse frio algo gostoso.

E quanto ao teu amor ardiloso?
Que se cobre em máscaras 
Escondida as farsas
Do seu sentimento jocoso
Faz me rir de tão morno
Como o último gole
De uma sopa
Tomada aos poucos.

Proves do meu 
Pois não é insosso,
Aqui em terras férteis
Menestréis se servem
De rimas às poesias,
Amor tem lavra farta,
Sem causar perjúrio,
Tão vermelho!
Feito morangos
Em mês de julho.

Enquanto guarda
Às mágoas
Da paixão,
Nessa lenta rotação,
Tão obscuro!
No lado gelado
De Mercúrio.



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