domingo, 15 de julho de 2012

Charlatão!


Com ar profético eu escrevo,
Como quem escolhe em catálogo o futuro:
Antes de qualquer coisa o melhor beijo,
Que valha mais do que tudo.

O desejo de conhecer o mundo,
Mas que comece pela Índia,
Que eu termine meus estudos
E que essa fé inabalável eu ainda sinta.

Como charlatão de búzios, cartas e pedras,
Leio as aventuras que ainda irei passar:
Me vejo pulando de paraquedas,
E que o aparelho funcione na hora de pousar!

Me vejo subindo montanhas, mergulhando em rios,
E que nunca falte uma mão pr'eu segurar,
Como um desvendador de sonhos de olhar frio,
Descubro maravilha que ainda acontecerá.

As melhores companhias que eu poderia desejar,
Uma fênix pousando em meu ombro,
Um céu diferente de Sol e luar,
Uma flor que cresce em escombros.

Um prêmio por saber amar,
Gratificação imaterial,
Mas dinheiro não faltará,
Nem ficção sobrenatural.

Um livro pra escrever,
Outro pra gravurar,
Novos sonhos conceber,
Novos planos pra traçar.

Arquitetura que inspire a mudança,
Um passo de uma nova dança,
Em acordes que eu escolher,
Tocar pro prazer.

Vejo semente que brota forte
E uma bela festa,
Alegria que dirão ser por sorte,
Mas eu saberei a razão desta.

Um jardim enorme como Versalhes,
Um saco de palavras novas na cabeça,
Que não seja inevitável rimar amor com dor,
Mas acho tão lindo quando o fazem.

Voltando da experiência transcendental
Uma música calma me entrerte,
Acho melhor viver o presente,
Que é pra não estragar o final.
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