(Imagem ilustrativa)
ONTEM O MEU ÔNIBUS NÃO PASSOU, e
há quem lerá isso e discordará:
“ - Como não eu mesmo vi ônibus escrito ‘planaltina’ no letreiro saindo do ‘Plano-Piloto’ ontem à noite.” Mas ao que eu me refiro, leitor, são aos ônibus do Arapoangas e do Vale do Amanhecer, sim, eles também fazem parte de Planaltina embora não precisem estar com o nome da cidade no letreiro. São os bairros mais afastados. Esquecidos?
“ - Como não eu mesmo vi ônibus escrito ‘planaltina’ no letreiro saindo do ‘Plano-Piloto’ ontem à noite.” Mas ao que eu me refiro, leitor, são aos ônibus do Arapoangas e do Vale do Amanhecer, sim, eles também fazem parte de Planaltina embora não precisem estar com o nome da cidade no letreiro. São os bairros mais afastados. Esquecidos?
Moradores do Arapoangas e do
Vale do Amanhecer universitários/ trabalhadores em Brasília, tem que descer
todos os dias para pegar ônibus no Eixo, ao menos os do período noturno, (é
perda de tempo esperar na W3). Esperam
seus respectivos ônibus sucateados, que tantas vezes já quebraram no caminho,
que tantas vezes passaram da parada por mau funcionamento do sinalizador, mas
esperam que pelo menos estes passem, quem precisa dos ônibus do Vale a situação
ainda é mais crítica, são raros, é quase um prêmio voltar para casa com o
ônibus certo.
Mas ontem à noite nenhuma das
duas linhas trafegaram, 22h30... A parada
já cheia esperava cansada os coletivos, não poderiam pegar a linha 600 (Aquela
que está escrito PLANALTINA) porque quando chegam nas paradas da cidade não há
mais circulares rodando. 23h ... Passa um carro e atira sobre as pessoas na
parada papel molhado... por diversão. A parada fica muda, tentando entender o
que aconteceu, e eu só espero que não nos confunda com mendigos (ou índios) da
próxima vez. 23h30... Já não há mais habitantes de Sobradinho, nem Sobradinho
II, nem nenhum outro canto do DF na parada, apenas os moradores do Arapoangas e
do Vale, tão surreal que parece um flash mob., mas não tem graça alguma ninguém
queria ainda estar ali, queriam estar em casa. 00h... Não há mais o que se
esperar o ônibus não virá a alternativa é pegar um dos últimos ônibus escrito
Planaltina, a linha 600.
Na parada da 112 Sul: Perguntam
com resquícios de esperança ao cobrador e ao motorista se seus respectivos
ônibus virão, e recebem uma resposta alentadora: “ - É certeza passa todo dia depois deste, tá lá no terminal, já já vai
passar”. Mas quase ninguém acredita e preferem embarcar mesmo assim, e o
que ele diria de todos os ônibus que já deveriam ter passado. Eu embarco
também, e espero que aquele passe realmente para que os que ficaram na parada
não acabem por dormir lá. E a cena se repete a cada parada, nada muda, exceto a
confiança do cobrador: “ - O ônibus vai
encher, o outro tá vindo atrás, mas não posso garantir”, e até que ela
desaba, “ - É, já devia ter passado por nós, só se ele
foi pelo Eixão.”
A linha 600, cheia de ‘intrusos’
lota a sua capacidade, alguns dormem, leem, olham a paisagem da janela, ouvem
música. Os que sentaram têm seus joelhos espremidos, pelos assentos nada ergonômicos
(cadeiras muito próximas), os que ficaram em pé, lutam para assim permanecer,
lutam contra o cansaço do dia, devem permanecer acordados. 01h... o coletivo
entra na cidade em seu trajeto normal, em frente ao Jardim Roriz e faz a curva
antes da Rodoviária em direção ao Setor Sul ao que se ouve um sonoro: “ - Quem
tiver indo para a Rodoviária desce aqui, este ônibus não vai para a Rodô.”
Nenhuma objeção, a Rodoviária é deserta neste horário. Para uma Cidade
Dormitório como Planaltina os circulares (micro-ônibus) param de rodar cedo
demais 23h, sendo que tarde da madrugada ainda há coletivo lotado chegando do ‘Plano’.
O ônibus se esvazia pouco a pouco, mas em uma
parada em especial, a da Vila Vicentina, descem quase todos os passageiros, a
parada mais perto de casa, ao que os Moto-taxistas ali apostos, não conseguem
segurar o sorriso. E o passageiro que pagou 3 reais, ou o estudante com seu
cartão de vale transporte, vão pagar mais caro para completar o pequeno trajeto
que falta para chegarem em casa do que pagaram pelos vários quilômetros que os
segregam de Brasília. Mas não há reclamação sobre os moto-taxis, é deles que
muitos se valem, quando o governo os esquece, uns acordam parentes para que os
busquem, esperam algum transporte pirata que possa estar fazendo linha de
madrugada, ou vão a pé para casa.
ONTEM 16/02 O MEU ÔNIBUS NÃO PASSOU,
o meu e o de centenas de moradores do Arapoangas e do Vale do Amanhecer, não
foi a primeira vez, e arrisco dizer, não será a última enquanto o Megalomaníaco
(leia-se Estádio Nacional) ainda estiver acima do Básico, (transporte,
segurança, educação, saúde...).
PS. Há dois anos eu votei pela
primeira vez e acreditei verdadeiramente, que a partir dele teria o poder de
mudar algo na minha sociedade. Mas eu me enganei, não importa quem seja eleito,
por inércia tudo fica parado no lugar, não importa que prato você escolha no
catálogo do restaurante, a indigestão durará quatro anos de qualquer jeito.
Será que isso um dia vai mudar?
Cara,
ResponderExcluirInfelizmente é o retrato não somente de Planaltina e seus bairros periféricos isso se repete em todas as R.A.s.
A falta de respeito é latente, mas como vc disse somos nós que elegemos e por conseguinte ficamos com o ônus por quatro anos.
O pior é que esses mesmo passageiros que vc vem todos os dias se revoltam tb passageiramente e logo esquecem e nas urnas repetem os mesmo erros.
Espero que vc não se esqueça e lembre tantos outros desse dia infame e de tantos que ainda virão.
Força e obstinação para que vc possa vencer.
Saudações,
Leonio.
Essa é uma realidade que gela meu estomago sempre que tenho que pegar um ônibus sentido Vale do Amanhecer, após uma longa noite de aula na faculdade, despresando até o medo de ser assaltado no caminho w3/eixo, alias Amanhecer é um nome bem realista para nossa cidade, pq é fato que qse sempre chegamos ao amanhecer em nossos lares...
ResponderExcluirVale do Amanhecer temos que acabar com essa imparcialidade e começar a exigir deste Governo que garanta nossa chegada ao Vale do Amanhecer e região, afinal Estância, Arapoangas, Quintas do Amanhacer, condÔMINIOS, chacaras, todos sofrem...
Com toda certeza é um problema bem comum, mas perder a capacidade de indignar-se é a pior coisa, uma boa memória nas urnas como disse o amigo Leonio, e cobrança como lembrou o outro amigo, talvez possam amenizar essa insegurança de todos que são obrigados a contar com o transporte coletivo no DF. Obrigado por participarem da discussão =)!
ResponderExcluir