sábado, 5 de julho de 2014

Mercúrio

A espera dos raios solares
Que hão de abrasar-te
No planeta mais quente...

Dos cintilantes, negros
Fios de cabelo,
Passando pelo ônix 
Dos teu olhos,
Escolhidos a dedo
Ao teu corpo
branco fosco:
Quem sabe sentir
O macio toque
Do meu rosto
E poderás achar de novo
Desse frio algo gostoso.

E quanto ao teu amor ardiloso?
Que se cobre em máscaras 
Escondida as farsas
Do seu sentimento jocoso
Faz me rir de tão morno
Como o último gole
De uma sopa
Tomada aos poucos.

Proves do meu 
Pois não é insosso,
Aqui em terras férteis
Menestréis se servem
De rimas às poesias,
Amor tem lavra farta,
Sem causar perjúrio,
Tão vermelho!
Feito morangos
Em mês de julho.

Enquanto guarda
Às mágoas
Da paixão,
Nessa lenta rotação,
Tão obscuro!
No lado gelado
De Mercúrio.



2 comentários:

  1. "Como o último gole
    De uma sopa
    Tomada aos poucos"

    Esse verso foi arrancado do peito, ein? Uma bela sacada. Gostei do poema todo, Jean, você tem uma bela sensibilidade.

    Abração!

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